Por: Rafael Moraes
A
peça “ Da aurora de um novo dia ou de um velho tempo tecido em banho maria” chega
ao final da temporada. A Trupé fará as três últimas apresentações nos dias 18 ,
19 e 21 no centro de Sorocaba.
A dramaturgia aborda o histórico e o fluxo de
diversos lugares de Sorocaba, como o fórum velho, praça Coronel Fernando
Prestes, Mosteiro, entre outros.
Segundo o diretor Carlos Doles, o espetáculo
nasceu de uma linha de pesquisa que se iniciou há 2 anos atrás. “ Quando
mudamos para a nova sede na Rua Nogueira Martins, nos deparamos com aquele
entorno da rodoviária e das praças daquela região e as pessoas que frequentavam
aqueles lugares, começamos a pesquisar sobre isso e então surgiu a vontade de
criar um espetáculo que falasse sobre estes locais”.
O diretor conta que em dezembro de 2013 estreou
a antiga peça “Um dia o raio caiu baixo ventre a cidade se abriu” que cumpriu
temporada de 10 apresentações. “ O projeto foi muito legal, percebemos que o
lugar se modificou e a gente foi modificado pelo lugar e encontramos uma
possibilidade de continuar esta pesquisa”.
“Escrevemos um novo projeto para a Lei de Incentivo
à Cultura de Sorocaba (Linc) com referências bibliográficas, como “Cidades
invisíveis” de Ítalo Cauvino e “Odisseia” de Homero e em abril de 2014 fomos aprovados,
a partir de aí a dramaturga do grupo Débora Brenga escreveu o roteiro e
começamos um trabalho intensamente até o dia 22 de março de 2015 que foi a estreia
da nova peça”, explica Carlos.
O ator Victor Motta, 22, integrante da Trupé
diz que “os questionamentos gerados no espetáculo nos ajudam a refletir sobre
questões múltiplas que a peça traz” e ainda ressalta que “as intervenções da
personagem Narciza arrepiam qualquer um pois a série de reflexões que ela joga
para fora em forma de texto é fantástica”.
A maior dificuldade de Victor é manter o
frescor da cena levando em consideração que são 10 apresentações.“Fica difícil
não cair no “automático, somente executando as marcas do espetáculo, por isso
nos mantemos sempre bem aquecidos e atentos para que a cada novo dia da apresentação
seja diferente e que para cada público seja único e especial”, conta ele.
A mais nova integrante do grupo Vanessa Soares,
26, fala da personagem que ela interpreta na peça. “ A Rosária é um ser
especial que está em transição para outro plano e ela é a porta voz de uma
memória ancestral, dos que não tem vez, dos desejos que não saciados. A minha
personagem traz uma crítica social muito relevante para os dias de hoje”.
De acordo com Vanessa a Trupé está fazendo
história em Sorocaba. “Estamos trazendo vida para um espaço “morto” a muito
tempo, a gente trata de questões muito singelas e profundas, como a condição
humana e a condição do espaço. Esses questionamentos que nos fazem refletir o
nosso papel na sociedade”, ressalta a atriz.
A estudante Bianca Farias, 21, que assistiu a
peça pela primeira vez, comenta que o espetáculo foi incrível, “a sonoplastia, o
figurino, a expressão corporal e a entrega dos atores foi muito bem pensada e ensaiada”.
Para Bianca a maneira de ver o centro histórico
da cidade mudou “ já passei várias vezes pelo centro de Sorocaba, mas
assistindo a peça eu consegui enxergar cada lugar de uma forma diferente. As
vezes temos tanta pressa que não prestamos atenção nos detalhes”.
“Eu fiz
teatro e adoro peças ao ar livre, acho mágico poder encaixar referências
da nossa cidade em uma cena e isso a Trupé fez muito bem, eu indico a qualquer
cidadão, desde crianças à idosos”, finaliza Bianca.
Aos
interessados em assistir as últimas apresentações do espetáculo, começa na
Praça Frei Baraúna as 17h e percorre pelo centro de Sorocaba, com duração de
duas horas e meia, a entrada é gratuita. Mais informações na fanpage do
facebook Trupé de Teatro.
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