A peça está em cartaz desde o dia 28 de fevereiro e sobe aos
palcos sorocabanos pela última vez hoje. Fluxus é uma criação do grupo teatral
Katharsis, da Universidade de Sorocaba Campus Trujillo, e tem patrocínio da LINC
– Lei municipal de Incentivo à Cultura.
A peça é feita em um modelo raro à cidade, o formato espetáculo- conferência é como um teatro interativo, onde os atores e diretores fazem complementos sobre as cenas e as técnicas de criações do grupo durante a apresentação delas. Este estilo só foi visto em Sorocaba uma única vez além desta, há 10 anos com o mesmo grupo de teatro, na peça endoscopia. A proposta deste tipo de apresentação é trazer mais um recurso para o espectador se envolver com a peça, tanto como produto artístico quanto pedagógico.
Além desta novidade, os espectadores ganham uma revista de 80 páginas como brinde. Com artigos de profissionais de artes renomados, tanto brasileiros quanto estrangeiros, como a do professor e escritor francês Patrice Pavis, sobre o mundo do teatro em geral e alguns comentários sobre o próprio Fluxus, mas sem dar spoilers. A revista é entregue logo ao entrar no teatro.
Sem ter uma história principal a peça é a junção de várias cenas. O texto é de Andreia Nhur e Roberto Gill Camargo, também diretor do espetáculo. Em entrevista ao Cultura Conecta Gill, que também é professor na UNISO, falou sobre a autoria dos textos “Nós usamos várias cenas, todas autorais.
Algumas já existiam no grupo, já tinham sido feitas, mas são todas cenas nossas”. Apesar de não comporem uma história corrida, as cenas não deixam a peça retalhada, conta Gill “As cenas conversam entre si, ainda mais com as intervenções feitas por nós. Contam as histórias da vida, em todas suas fases”.
O elenco é pequeno e formado por jovens que estão ou já estiveram envolvidos com a Universidade de Sorocaba. Gill comentou sobre a importância do jovem no cenário cultural atual “Os jovens hoje se interessa mais pelo teatro do que antes, com 14 anos já tem jovens nos palcos e em escolas de artes cênicas e até fazendo textos. Isso é muito importante. “
O patrocínio municipal é essencial para a realização da peça, conta Gill “A LINC é uma lufada para as artes, principalmente para o teatro. A produção de uma peça exige muito investimento, o pagamento dos atores também é um grande gasto, eles ficam meses se preparando. Então sem um auxílio é muito difícil fazer um bom espetáculo”.
A estrutura de cada apresentação é completa, além da interação com o público e da revista, a peça conta também com música ao vivo para deixar tudo mais gostoso. Conforme as cenas acontecem a trilha sonora vai se fazendo ali mesmo, sobre o mesmo palco. Quem cuida da parte sonora é Janice Vieira e Demi Pontes.
A peça se apresenta pela última vez às 19 horas de hoje e segundo Gill “Não podemos estender as apresentações, pelo menos por enquanto, pois estamos indo para São Paulo em julho com a peça As estrelas são para sempre e precisamos nos preparar”. As estrelas são para sempre também é uma peça do repertório do grupo e ganhou o edital de ocupação para se apresentar no Teatro Sergio Cardoso.
A entrada é franca e dá direito a revista cultural. É necessário chegar com uma hora de antecedência para adquirir o ingresso. O teatro fica localizado na avenida General Osório, 35 no Trujillo, entradas pelo portão 3.
Tatiana Spuzzillo
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